junho 29, 2010

Despertando Medusa.

É cedo para eu estar escrevendo. Mas me vi diante de uma grande dor no peito, e pensamentos pendurados nela.
Acordei muito bem, tive agradáveis sonhos, e ontem foi um dia muito bom- a manhã, a tarde, a noite com ele.
Não sei quanto tempo nóis dois perdemos sendo interrompidos por aquilo que insiste em me ofender; ou por caminharmos sozinhos (e ele andou muito !), mas como ele sabe, tudo vale a pena, sempre. E também acho isso incrível.
Não tenho mais medo, nem insegurança. Estou consciente, e eu consegui me segurar, graças às nossas [nem-tão-boas] conversas.

Porém hoje, quando entrei no twitter, vi um link de um endereço que detesto me lembrar que existe: o endereço da sua alma.
Simplesmente, não consigo esquecer que fiz parte desse seu diário, e o que escrevia sobre mim era tão forte, que fazia eu pensar sobre por dias inteiros. Eu, com dor no peito, cliquei sobre o link, talvez para matar saudade. Ou me machucar um pouco lembrando de você.
Ainda bem que minhas visitas à sua alma nunca tocaram seu coração.
Pois bem, passei muito tempo entre os arquivos, eram mais quinhentos textos, e apenas dois ou três citavam meu nome: Medusa.
Como me senti triste. Eu caí ao reler tudo aquilo. Não sinto sua falta, nenhum pouco, pois você me decepcionou, mudou muito, e hoje eu conservo um desprezo por ti, e essas lembranças. Mas senti falta da Medusa que eu era antes.
Medusa nunca morreu, mas ela mudou muito também ! Naquela época, querido, ela se odiava por se amar tanto daquele jeito. Esse amor próprio, vinha do ódio de si mesma que ela tanto admirava. Bem contraditório e confuso, a minha cara.
Eu ainda não sei a cor dos meus olhos, eu ainda não sou bonita, eu ainda mantenho meus cabelos de cobra, e meus lábios escuros como musgo. Mas a felicidade que encontrei pelo caminho [depois que você se foi] fez meu olhar perder a força. Hoje olho com carinho, afeto, admiração, amor para muitas pessoas; porém, por mais que digam que isso é forte, não é marcante como antes. Pra você ver como é grave, eu nunca mais petrifiquei ninguém.
Meu olhar foi o que mais te chamou a atenção. Você me disse que ele te dizia coisas que minha boca jamaiz diria. Que ele te esfaqueava tão fácil como faca na manteiga.
Realmente, era algo que todos já tinham comentado entre si, e comigo também. Eu cheguei a escrever poesias sobre isso. Mas hoje pensei: - Fui eu mesma quem decepou a cabeça de Medusa ? Ou talvez, você era Perseu, e não Fuhrer, então fez o serviço, então eu que levei até Athena ?
Eu não chegei a conclusão nenhuma.
Contudo, ainda sou eu. Eu, Medusa.



B.

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