Não sei
de onde veio, e nem quem és. Não importo com o que dizem sobre você, mas tenho necessidade de saber o que sentes e pensas. Quem é você, afinal? Peço que feche seus olhos, mas que não me dê as costas.
A ansiedade é uma maldição. É um sentimento que faz a realidade ser
distorcida, levando-nos à anestesia do que é certo ou errado, e do que é natural ou não.
Nada entre nós aconteceu com naturalidade, e foi isso o que te
incomodou. É tão mais mágico gostar de alguém platonicamente, só de longe. Sentir vontade de chegar perto, e não chegar. De imaginar coisas, de tentar conquistar a partir do que nem sequer conhecemos... Porque a mentira é mágica. Aquilo que não existe é mágico. É surreal (como seus olhos).
Então, apenas eu senti isso. E te coloquei em um patamar
planejado, numa função que eu escolhi, e de quebra, te fiz sentir o que eu gostaria que você sentisse- algo inédito. Assim, te dei nossa amizade pronta.
A partir disso, quis que você seguisse o mesmo ritmo que eu, mas isso é impossível. Eu não te deixei respirar, pois às vezes
esqueço que o
oxigênio é mais importante do que os sentimentos.
Então, voltemos ao início do texto. Ambos ficamos ansiosos um com o outro. Positivamente e negativamente. Eu te sufoquei, te deixei sem o tão precioso
oxigênio. Nós
distorcemos a realidade,
atuamos como se nossa relação fosse algo que já precisasse mudar, assim, com tão pouco tempo de existência... mas não precisa!
Eu quero que continue assim, caminhando no seu tempo. Então, paremos de nos machucar querendo adiantar as coisas... Elas só darão certo se deixarmos o relógio trabalhar sozinho, e assim chegar a hora de eu te dizer Bom Dia novamente.
Você é água que não consigo manter nas mãos, que escorre entre meus dedos. E você é azul como as piscinas que preenche. Você precisa de uma molécula de
oxigênio para ser quem você é, e eu prometo não tirá-lo mais de você.
Respire. Estou calma.
B.