novembro 16, 2011

Sem Fala

Quem me conhece sabe que falar nunca foi um problema pra mim, e sim uma solução. Eu realmente não me importo em dizer o que penso, expressar-se por meio da fala, seja por uma crítica, um elogio, ou qualquer outro gênero de expressão, tornou-se necessário quando gestos já não valiam mais que mil palavras.
Quando falamos movimentamos cerca de uma dúzia de músculos da laringe. O ar que sai dos pulmões percorre os brônquios e a traqueia, chegando até a laringe, os músculos se contraem regulando a passagem do ar. Os movimentos fazem as cordas vocais vibrarem e produzirem sons. Chegando a boca, o som laringiano é articulado com a ação da língua, dos lábios, dos dentes, do véu palatino e do assoalho da boca.
A minha situação é que eu deixei de falar porque estava sendo torturada a cada palavra dita. Antes mesmo de alcançar o ar eu já lembrava que minhas opiniões repercutiriam em doses de críticas e reclamações sobre mim, a maioria delas baseada em uma palavra: Drama.
Eu também me acho dramática, creio que exagero muitas vezes nas demonstrações de sentimentos, talvez eu distorça a realidade, amplie tornando-a maior e mais grave do que realmente é. Mas fazer isso por mal, apenas para atuar, nunca foi intencional. Eu sentia, pensava, traduzia isso na minha mente e transformava em palavras... Isso é expressão.
Olhem esse blog! Tudo o que escrevo é desnecessário, são coisas que sinto e penso, é a minha expressão. E talvez seja mesmo, tudo, muito exagerado aqui. Cada palavra que digito poderia ter um tom menos agressivo, ou uma delicadeza mais acentuada. Mas seria eu a escritora? Eu acho que não.
E agora o que me sobrou foi uma dúvida de como agir. Se antes, falar, estava incomodando, eu me redimi, e já não falo mais. Mas me fechar aqui também não parece limpo.



B.

outubro 11, 2011

Semana

Estava demorando demais pra eu começar a chorar. Passei a acreditar que a ficha só caíra agora, e tentei manter a calma pois antes de morrermos, dizem-nos, há felicidade, luz e coisas boas, diferente do que sinto. Ao menos morrer, não vou. Esperar machuca mais do que cair de imediato, é um martírio.
Há muito tempo deixei de ouvir música por prazer, e passei a fazê-lo apenas para sobrepor a voz de dentro da minha mente. Aquela que tento me livrar e não consigo, aquela que me faz chorar e só se vai quando algo maior, grandioso, a sobrepõe... Música para meus ouvidos.
Mas antes tentar livrar-me da consciência, do que da fome que tenho sentido. Sem interrupções, sinto-me faminta toda hora. E quaisquer coisas que levo a boca, voltam. Nojento assim, não consigo mastigar e engolir um só alimento sólido. Há dias que tenho tomado leite, sucos, chás e nada mais.
Entretanto, não se preocupem. Preocupa-me coisas alheias a essas. Preocupo-me com o horário de verão, com a chuva que não para, e com a dor que não cessa- dentro de mim.
Pensei em relatar isso a vocês, mas eu desisti pois não há perguntas a serem respondidas. Simplesmente diriam-me o que não quero ouvir: Toda dor cessa. Toda chuva para. Toda consciência cala... E toda fome mata.



B.

agosto 17, 2011

Agridoce

O dia se arrastou forçando-a a refletir sobre si, o que não era bom, pois dos erros cometidos, estava farta. E dos arrependimentos, idem.
Sentiu-se pandora por abrir a caixa e liberar todo o mal que passou a rondar-lhe. Sentia-se insegura e triste, fracassada e sozinha.
Esperou sentada em sua cadeira de balanço alguma resposta para todas as perguntas que fizera a si durante o dia arrastado. Lembrou-se carinhosamente de transeuntes que mais tarde virariam seus amigos-companheiros-fiéis.
Lembrou-se especialmente do garoto de apenas um olho, aquele que ela dedicava todas as suas tortas, assadas nos fins de tarde, ou no começo das madrugadas.
"Hey, boy with one eye, onde está você que nunca mais me procurou, esquecera de mim?"
O balanço da cadeira intensificou seu sono. Olhou para os ponteiros do relógio que pareciam se movimentar devagar, levando-a a pensar que um segundo demorava demais para passar.
Fechou os olhos e desejou descansar então, mas que dessa vez fosse pra sempre. Só assim encontraria a paz ao lado do garçon avec un œil.

Entretanto, antes de partir para longe, tinha direito a um último desejo. Desejou responder a si mesma uma de suas perguntas, quais não a deixavam em paz. Abriu os olhos, e perguntou-se, em seguida respondeu-se:

- Quando vamos dormir, e acordar sonhando?
- Agora.




B.

julho 28, 2011

Uma terceira língua


A vida me deu um tapa na cara.
Avisou-me desde o início que eu pagaria por todos os crimes cometidos. Ela me deu uma carta branca pra fazer o que quiser, contanto que eu estivesse ciente. Eu estava, juro!
Resolvi brincar de abrir meus olhos, e eu até cantei, me diverti mesmo, as custas de quem não merecia. Mas pensei estar caminhando segura. Eu olhava para meus pés, firmes ao chão, sorria pra vida e ela pra mim.
"Brincadeiras tem limite", dizia ela, começando a me assustar. Mas me deu tanto poder que eu não tinha mais onde guardá-lo. Usei de tal forma desperdiçada, que derrepente, não havia mais aquele pó brilhante em minhas mãos.
Resolvi viajar, e a falta do pó brilhante (que não serve para cheirar, comer, ou fumar, apenas para "gozar") começou a me incomodar. Havia algo estranho, minhas mãos e a vida estavam... Vazias.
Foi aí que eu apanhei dela.

Marcas no meu rosto denunciam: A vida me deu um tapa na cara.
Eu fui avisada...



B.

julho 07, 2011

César

Era um dia ruim, sem sol, no qual eu poderia ter colocado qualquer roupa que me apagasse ainda mais nas ruas vazias e feias da cidade. Mas escolhi algo que sem querer me destacaria.
Caminhei até o cruzamento onde cada esquina há uma loja cara de roupa, e antes de atravessar a rua, percebi que estava sendo olhada por ele. De longe ele se destacava pelo cabelo mais claro na raiz, encostado na parede aquecida de uma das lojas do cruzamento. Ele fumava um cigarro enquanto me olhava desde os pés, indiferente, reparando na minha roupa.
Eu resolvi entrar pelo outro lado da loja para não encará-lo, mas ao entrar, ele subiu os três degraus, localizados ao lado da parede aquecida, jogou o cigarro no chão, e entrou na loja.
Fiz de tudo para não olhá-lo nos olhos, e consequentemente não ter que cumprimentá-lo. Eu me perguntava o que ele estaria pensando naquele momento. Talvez ele se surpreendera comigo, afinal estou diferente da pessoa que ele conheceu na época. Ou simplesmente gostaria de sorrir pra mim.
Eu, covarde, fiz de tudo para não virar, não olhá-lo nos olhos, e não cumprimentá-lo. Mas em uma loja com quatro paredes e nenhum corredor, seria impossível.
Eu olhei para o chão, coloquei as mãos dentro do bolso da jaqueta, e rapidamente desci três degraus, localizados ao lado de uma parede aquecida. E em pensamento, disse "Adeus, César."



B.

junho 09, 2011

Redespertando Medusa

São dezenove horas, acorde Medusa
Abra seus olhos, levante a cabeça e olhe para traz
Permaneça sentada, seduze-o sem seu corpo
Use do único artificio, o primeiro notado e mais assustador
Diga "verdes" Medusa. Agora diga "azuis"
Umideça os lábios, limpe todo o musgo
Sorria
Alise seus cabelos, esconda as cobras
Sorria
Diga tudo o que ele quer ouvir mas nunca minta
Apenas seduze-o
Despreze as consequências, atrase seu relógio
Tente olhar em seus olhos, mais fundo, mais fundo, mais fundo
Não diga adeus, e...
É meia-noite, durma Medusa.



B.

abril 28, 2011

Maré vermelha

A vida se maquia. Finge ser longa, passar devagar, ser um acúmulo de fatos, alí, concentrados como a borra de café.
Enquanto isso eu finjo que acredito nela. Eu finjo sentir tédio, finjo querer que ela se acelere.
Eu converso com o tempo, dissimulo, quando na verdade ele é o único confiável entre todos. Só confio no tempo. E mesmo assim, minto pra ele. Peço que ele corra, avance, me dê uma carona para que eu chegue mais rápido ao que desejo.
O tempo é bom comigo. Mas eu aprendi a ser uma atriz, maquiada de vermelho, como a vida.
Sou aquela que se solta do corpo, deita na água fingindo acreditar que é uma maré vermelha, mas ciente de que há correnteza, e ela me carrega.
Meus senhores, não confiem em mim.



B.

abril 15, 2011

Bilhete à Mamãe

Bom dia, Mamãe,


A essas horas estou longe.
Deixei meu celular sobre a cama
Deixei aberto o meu quarto
Bebi teu licor
Eu limpei minha vida
Fiz um tipo de aborto
Joguei a cópia da chave por debaixo da porta, que é pra não ter motivo de pensar numa volta
A culpa não é sua, nem minha. Somos assim.

Boa sorte,
Adeus.




B.

abril 07, 2011

E 'flash'

Eu queria ter talento para ser uma atriz. Porque atores podem parar de atuar longe das cameras, ou fora dos palcos. Modelos não.
Até agora passei a maior parte da minha vida adulta parada num cenário por um punhado de dólares a hora, exibindo roupas e sapatos, com o cabelo penteado.
Enquanto isso, algum fotógrafo me dizia o que eu devia sentir.
Ele gritando: - Quero luxúria, Gata!
E flash.
- Quero malícia.
E flash.
-Quero expressão dramática, olhos misteriosos, boca selvagem, e intelectualismo.
E flash.

Nunca somos quem realmente somos. Nunca serei eu. Longe dos ensaios fotográficos tenho que fazer o que mandam também: Me mandam ser magra e bem vestida, sempre.
Nunca comer. Se comer um bolo, vomitá-lo. Manter as medidas ou diminuí-las. Estar sempre cheirando a Chanel nº 5. E conhecer todas as pessoas importantes do mundinho medíocre da moda.

Sabia que as modelos brasileiras sofrem bem mais porque o padrão da mulher brasileira é ter o quadril maior?
E quando a gente dá entrevista falando que come chocolate, é mentira, porque não podemos mesmo!
Então, quando a gente aprende a passar fome, aprende que nos dias de hoje sua beleza importa mais que sua saúde.
Afinal, é minha beleza que me mantém viva. Minha fome que me dá punhados de dólares.




Texto escrito para interpretação de Karina Soares à Semana Cultural Escola Técnica de São Roque.
Baseado em Monstros invísiveis.
Colaborado por André Vaz.




B.

março 12, 2011

Alô ?!

- Alô, quem é?

- É a Brï!

- Ah... Oi. Que foi Brï? Que horas são? Eu estava dormindo...

- Eu também. Sonhei com você.

- Que que tem?

- Nada... Só queria contar que sonhei com você.

- Jura? Teve uma premonição, foi? Não vai me dizer que agora virou mãe de santo. Sonhou que eu ganhei na loteria? Já aproveita e me fala os números aí.

- …

- Ai, não vai fazer drama agora, hein? Foi só uma brincadeira. Conta pra mim, vai, desembucha logo. O que foi que a gente tava fazendo no sonho? Era um sonho erótico? Fala, Brï!

- Não.

- Que foi? Você tá chorando? Ah meu, não vai começar a chorar, !

- Não.

- Então conta logo, !

- Olha, não era nada não. Até esqueci, mas ok. Depois a gente se fala... Boa noite.

- Mas...


Tu... tu... tu... tu... tu...




B.

março 06, 2011

Azul-piscina

Não sei de onde veio, e nem quem és. Não importo com o que dizem sobre você, mas tenho necessidade de saber o que sentes e pensas. Quem é você, afinal? Peço que feche seus olhos, mas que não me dê as costas.
A ansiedade é uma maldição. É um sentimento que faz a realidade ser distorcida, levando-nos à anestesia do que é certo ou errado, e do que é natural ou não.
Nada entre nós aconteceu com naturalidade, e foi isso o que te incomodou. É tão mais mágico gostar de alguém platonicamente, só de longe. Sentir vontade de chegar perto, e não chegar. De imaginar coisas, de tentar conquistar a partir do que nem sequer conhecemos... Porque a mentira é mágica. Aquilo que não existe é mágico. É surreal (como seus olhos).
Então, apenas eu senti isso. E te coloquei em um patamar planejado, numa função que eu escolhi, e de quebra, te fiz sentir o que eu gostaria que você sentisse- algo inédito. Assim, te dei nossa amizade pronta.
A partir disso, quis que você seguisse o mesmo ritmo que eu, mas isso é impossível. Eu não te deixei respirar, pois às vezes esqueço que o oxigênio é mais importante do que os sentimentos.

Então, voltemos ao início do texto. Ambos ficamos ansiosos um com o outro. Positivamente e negativamente. Eu te sufoquei, te deixei sem o tão precioso oxigênio. Nós distorcemos a realidade, atuamos como se nossa relação fosse algo que já precisasse mudar, assim, com tão pouco tempo de existência... mas não precisa!
Eu quero que continue assim, caminhando no seu tempo. Então, paremos de nos machucar querendo adiantar as coisas... Elas só darão certo se deixarmos o relógio trabalhar sozinho, e assim chegar a hora de eu te dizer Bom Dia novamente.

Você é água que não consigo manter nas mãos, que escorre entre meus dedos. E você é azul como as piscinas que preenche. Você precisa de uma molécula de oxigênio para ser quem você é, e eu prometo não tirá-lo mais de você.
Respire. Estou calma.





B.

março 01, 2011

Bleue

Garotinho, garotinho
Você deveria fechar seus olhos
Esse azul está me excitando.



B.

fevereiro 26, 2011

Gasoil

Bom mesmo que a viagem tenha sido longa, e cansativa. Olhar em seus olhos depois de tanto tempo e esperar as palavras resolverem sair, por vontade própria, me mostra que você mudou, mas eu não.
E nenhum tremor do ônibus se compararia com o quanto eu tremi. Aproximações são difíceis.
Durante essa semana tenho me sentido menor. Eu tenho enxergado pessoas andando, caminhando para o mesmo caminho, com seus objetivos diferentes. Eu paro. Eu sou aquela que não tem mais vontade de continuar. E você não está como eu, isso dói. Pois eu sei que uma hora eu vou me perder, e parada, todos que estão hoje atrás, passarão na frente. Contra o vento, e contra todos, você caminha. Que estrada é essa? Pra onde ela nos leva, a não ser um grande lago de pessoas que não sabem nadar.
Eu não quero ser deixada pra trás, mas caminhar pra mim parece tão difícil... Por que as coisas são tão padronizadas? Eu não quero ir por esse caminho, mas dizem que essa é a vida.
Eu desisto de tentar te abraçar.
Decidir passar a vida vendo filmes.
Não descobri a utilidade de deslizar zípers.




B.

fevereiro 15, 2011

Sobre cativar II

Consegui. A liberdade que senti se compara a uma bexiga, que depois que tão cheia (de ansiedade) estoura feliz! Livre!
Eu me achava simpática, super sociável, aberta, e totalmente desinibida. Então, obviamente, me surpreendi negativamente comigo mesma ao demorar oito dias para fazer a pergunta mais comum e fácil que existe: Qual é o seu nome?
Certo que eu resolvi ir pela estratégia de afirmação e cobrança. Disse exatamente que ainda não sabia seu nome. Se ele fosse aquilo que eu imaginava, se sairia bem nesse capítulo. E se saiu! Não só disse seu nome, como perguntou o meu (e disse que era 'bonitinho'), apertou minha mão, e apresentou seus amigos também. Ganhei meu dia!
Vocês não sabem o que um sorriso e uma voz sincera são capazes de fazer com uma pessoa desesperada, como eu estava antes.
Meu conselho: não temam o primeiro passo. Não se decepcionem com si mesmo ao perder a coragem. E não desistam.
Agora tudo o que quero é tempo pra conquistar outras coisas além de um nome. O nome dele eu já sei.

Esperem por mais notícias sobre a eterna busca de cativar. Cativá-lo.



B.

fevereiro 10, 2011

Sobre cativar

Primeiro pensar duas vezes antes de escrever algo que possa magoar algum leitor. Depois, ver que ser delicada assim nunca me valeu a pena. Hoje escrevo na cara, mesmo. Leia quem ler, meu objetivo é ser sempre sincera, doa quem doer.
Primeiro dia, subitamente ele me chamou a atenção, era óbvio. Ele era a pessoa mais diferente entre umas cinquenta. Segundo dia, eu o vi e arrisquei sorrisos e comprimentos. Terceiro dia não o vi e senti sua falta. Quarto dia trocamos olhares.
Nada nele é muito bom, me entendem? Não é uma pessoa atraente pelo seu físico, nem mesmo pelas roupas que, hoje em dia, é sinônimo de beleza física (ou não) pra mim. Eu realmente procuro saber o que nele me faz sentir com tanta vontade de chegar perto.
Então, me considerei uma pessoa totalmente azarada. Algo nele não fez mais sentido. Algo que, talvez seja uma opção, talvez não. Não teve culpa, de certo, ele jamais saberia que um dia, uma garota como eu pudesse se distanciar pela sua opção.
Eu, como uma pseudo-otimista, ainda tenho esperanças de que minhas fontes estejam erradas. Afinal, só preciso de mim. Vou fazer tudo sozinha. Esperem então, por novidades.
Não, leitores, não estou apaixonada.
Isto é um texto sobre cativar alguém, e não se preocupem.
Sou totalmente responsável por aquilo que cativo.



B.

janeiro 26, 2011

Para entender a instabilidade

Sua inconstância é o que mais me atrai em ti. Certo que, para os outros o seu maior atrativo deve ser sua facilidade em ser irônica e totalmente divertida ao mesmo tempo. Não sei como se sente em saber que diverte os outros. Mas e daí? Eu nunca soube o que você sentia nem mesmo magoando.
Hoje já não me interessa interrogar você. Eu sei que, nada do que eu queira saber você responderá. Os dias são diferentes de antes, tudo mudou para nós, porém entre nós, continua o mesmo silêncio nenhum pouco confortável e totalmente compreensível.
Eu percebi que, além de mim, existem outras pessoas que não entendem nossa relação (se é que temos alguma), e sabe, depois de tanto tempo depois daquele dia, ainda me perguntam se realmente aconteceu. E eu, sinceramente, não sei responder.
Porque pra mim aconteceu. Mais do que algo físico. Aconteceu algo que eu nunca tinha sentido antes: vontade. Vontade de fazer aquilo, e de lutar por alguém, lutar pelas diferenças (e claro, pela explícita igualdade).
As vezes paro e penso que nada sei sobre você. Não sei da onde você vem, e nem o que já fez por aqui, na vida. Creio que sei o que todos vêem, que você é linda tem uma voz e um sotaque encantador, e é totalmente misteriosa.
Perceba, eu queria te seguir. E juro que iria pra onde você fosse! Minha disposição era tamanha, faria tudo o que você quisesse. E isso, não é amor, nem paixão, nem nada disso. É apenas saber que por você vale a pena.
Por favor, não suma de mim. Mesmo que anos se passem, sem te ver, eu sempre me lembrarei que você é uma das poucas pessoas que ainda me faz sentir. Afinal, eu estou aqui, escrevendo pra você.

Mas, não se preocupe. Eu sei que você não foi feita para amar alguém de domingo à domingo.



B.

janeiro 06, 2011

Acorde-me

Há semanas minha rotina é acordar entre 13h e 16h, almoçar, lavar a louça, tomar um banho, vir para o computador, e ir dormir. Minto ! Tentar dormir... Pois fico até as 4h da manhã rolando de um lado para o outro ou lendo qualquer coisa.
Não estou preocupada em escovar os dentes, me arrumar, ou sair de casa. Não tenho vontade de fazer nada disso. Não gosto desse meu estado vegetativo, mas é o que tem pra hoje (e para amanhã, e depois, e depois...) até que as férias acabem.
Outro fato péssimo são os pesadelos que tenho TODAS as noites, sem exceção. To cansada de pessoas estranhas me segurando forte, de espíritos aparecendo pra mim, de energia que acaba no meio do supermercado e faz eu me perder, de encontrar pessoas mortas no chão da minha casa, etc... E, detalhe: por noite tenho cerca de três pesadelos. Realmente, está bem concentrado. Minha vida utópica é mais emocionante que a real.
Os dias passam rápido, e mesmo assim me sinto entediada, com aquela vontade de que eles nem comecem. Esse é um dos motivos pra eu acordar tão tarde. Porém não queria passar as madrugadas acordada. Infelizmente não gosto de dormir, por mais que minha vontade seja essa, de dormir por muito e muito tempo.
E vocês acham que isso é a única coisa não-saudável que ando fazendo ? Pois não é. Existe mais uma coisinha que está acabando, literalmente, comigo: Eu não tenho comido.
Acordo no horário do café da tarde, como já disse, e como aquilo o que sobrou do almoço (bastante forçado por sinal, fazendo aquela força para engolir a comida), e então, até o horário que o sono chega, pelas 4h da manhã, não me alimento. No máximo um suquinho, quando tem. E eu até sinto vontade de comer. Vontade de comer fome. Entretanto nunca tem nada de bom (lê-se doces) em casa.
Essa é a minha redação de férias.
Agora, digam-me... Quanto tempo de vida eu tenho ?




B.

janeiro 04, 2011

Monroe

"Eu sabia que pertencia ao público e ao mundo. Não pelo fato de ser talentosa ou até mesmo bonita, mas porque eu nunca pertenci a nada, ou a ninguém."



B.