setembro 28, 2010

I'm not your baby, Fernando.

Era um festival de bandas underground, eu queria me jogar, como sempre quis. Como ainda faço, só as vezes. Eram duas ou três amigas, uma roupa ridícula, uma maquiagem pesada, e uma noite.
Eu me apoiei e sentei na divisa que dava pras mesas do camarote, e olhei pra trás, o vi, ele me chamou atenção.
Era uma calça justa, uma t-shirt do Placebo, rímel roxo no cabelo e maquiagem mais forte que a minha. Parecia familiar, ele chamava a atenção de todos. Cheguei a comentar com as amigas que o conhecia de vista. Mas na verdade era a primeira vez que nos cruzamos.
Tempo depois, encostou-se num pilar. Todos ao redor cheiravam álcool. Nos apresentamos. Falou seu nome dobrando a língua, Ferrrnando.
Eu não gostava de Avril, nem de Iron Maiden. Ele sentia-se excluído, me lembro das palavras:
- Eles me deixaram aqui, plantado.
Eu o senti, estranhamente. Era apenas uma atração estranha. Nada carnal. Eu o queria, ao meu lado, mais vezes, e naquele momento também.
Eu me excedi, tempo depois. Fiz mais do que podia, e isso talvez tenha o feito não gostar [mais] de mim. Mas pouco me importei. Eu só queria me jogar.

Todos bebiam. Ele saiu e comprou bananas e maçãs no supermercado. Eu me surpreendia ao passar da noite.

E tudo acaba, subimos a rampa nos despedindo. Ele entrou no carro, pegou o volante. Pegou os garotos.
Eu entrei no carro. A garota me pegou.
A noite acabou. Mas eu nunca esqueci seu nome, Fernando.



To be continued...




[texto escrito para Fernando Albertin]



B.

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