setembro 08, 2010

You can't take this from me

Apesar de irônico, eu queria o sol.
Deitei na minha cama e lá fiquei, morrendo de frio, mesmo mergulhada sobre cobertores. Eu estava protegida pela minha literatura francesa e música norte-americana, cuja letra diz "Você não pode tirar isso de mim". E não posso mesmo.
Estava esperando por uma mulher de meia idade, com colete, e crachá. A famosa que vem pesquisar sobre nossas vidas, apesar de nos ver como números. Estava esperando pela funcionária do IBGE, que por sinal, não apareceu.
A mudança de faixa nos meus fones de ouvido me chama de volta pra mim, me trava a garganta e me arde os olhos. Meu primeiro impulso me diz pra conter o drama, segurar as pontas. E eu só quero chorar como uma criança, minha garganta inflamada já não aguenta mais engolir coisa que seja. Paro de lutar e deixo as lágrimas escorrerem a seu belo prazer. Veja só que bonito, eu ainda tenho sonhos.
Fecho os olhos, começo a mexer os lábios devagar conforme cada palavra da letra da música. Me sinto dentro dela, me sinto dentro de meus sonhos, continuo chorando.
E cantarolando a música com o rosto encharcado, adormeço.
Não sonhei com nada.
Abri os olhos. Abri os olhos três horas depois.
A música já acabou. Estou livre ?




B.

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