maio 27, 2010

Sem truques.

Ele não queria truques.
E não importava mais conseguir dormir, mas sim o tempo que passaria acordado antes do ato.
Perdia-se abraçando o sol. Tinha que ser forte. Já não tem tanta certeza. Mas quer tudo que sente.
Esperava as folhas cairem no outono amarelo. Conversava com as paredes.
Deitava na escuridão.
Fazia festa.

E ele já não acreditava mais nem em sí mesmo.
E não sentia mais calor algum. Talvez se conseguisse dormir sentiria algum carinho imaginário, e os dedos frios dela dedilhando seus fios de cabelo. Contava seus amigos,os poucos que restavam.
Escrevia versos sem vida, e declinava diante dos olhos gulosos que o espelho revelava.
E a tarde cinza ficou pra lhe fazer compania. E o fez sorrir. E ele tentava se perder: dava voltas pelos corredores, cantava, rezava, chorava, ria. Não conseguia sentir...não mais !
O tempo nunca é suficiente. Porém, uma noite costuma ser muito tempo pra ele.



Nota* Tudo o que ele precisa, é um abraço dela. Agora.



B.

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