fevereiro 06, 2013

Um Psicopata Americano

Era uma espécie de psicopata americano. A classe intrínseca, o tédio do mundo, a saúde arriscada pelos maços de cigarro diários e o bom gosto aplicado em tudo que poderia ter sua assinatura, fazer parte de seu mundo, eram apenas pílulas que se encaixavam em sua personalidade.
O Psicopata lançava olhares profundos, provindos de olhos castanhos transparentes, cada vez que sorria. E sorria sem frequência. Sorria sarcasticamente, sorria por gozação, sorria por sorrir muito raramente. Mas cada vez que sorria, deixava à mostra um lado pouco conhecido pela maioria. 
O lado que a maioria conhecia era seu lado ácido, bravo, rude e cruel. Era assim que preferia se exibir, pois dessa forma, poderia impor. Impor, em qualquer situação, era sua arma contra o mundo. 
Mas o que fazia dele um psicopata não era seu comportamento social e sim pessoal. O Psicopata Americano era atraente, era intrigante, misterioso de forma excitante. Era um símbolo de sexualidade viva, vibrante. Era o fetiche das lolitas, era as aparições nos sonhos eróticos delas.
Embora casado, não era esse o real motivo pelo bloqueio de envolvimentos com outras mulheres. O Psicopata não prezava por fidelidade exatamente, por exclusividade ou quem sabe monogamia. A razão pela qual ele não se permitia relacionar-se informalmente com outras, era por poupar as mulheres da sociedade. O Psicopata não queria mais assassinatos, já havia esfaqueado suas esposas anteriores. Ele queria simplesmente viver como todas as pessoas comuns, dedicar-se ao ordinário, filosofar sobre o cotidiano e não mais causar alvoroços. Portanto, se contentava em assistir pornografia escrachada e tentava tirar algum proveito de sua imaginação, pensando em violência e sexo. Excitando-se com o mundano. 
Apesar de sábio, o Psicopata não tinha conhecimento do que se passava do lado de fora de seu mundo, o que o salvava de mais problemas, afinal, a realidade era muito mais complexa e desleal do que as suposições que montava entre um cigarro e outro. Ele mal podia imaginar que seu rosto estampava notícias antigas sobre mortes polêmicas, nem mesmo que estaria presente em sonhos eróticos de lolitas fetichistas.


Regra nº 1. "What happen between us, keep between us."





B.

3 comentários:

  1. POR QUE VOCE FAZ QUESTÃO DE DEIXAR A GENTE LOUCO PRA SABER DE QUEM VOCE TA FALANDO????

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  2. Ótimo texto, seria legal uma continuação.
    Abraços!

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  3. Acredito que terá uma continuação, depende da minha inspiração e do tal Psicopata excitá-la.

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