janeiro 09, 2013

Só tememos por nós mesmos


A palavra Medo vem do Latim Metus, que significa “inquietação, ansiedade”. Duas palavras que poderiam me definir sem hesitação.
O medo pode ser a justificativa da insônia que me visita todos os dias. Por mais camuflamado que estiver, entre preocupações, prazeres, dores, o medo é aquele responsável pelas noites de sono ruim. De pouco sono.
Quando ele me perguntou se eu tinha algum medo, eu sabia que não seria saudável despejar minha lista de temores e comentar sobre eles tão abertamente. Não acho certo dividir medos, compartilhar suas inquietudes mais íntimas. E mais: creio que todos fazem isso.
Inventa-se uma aflição qualquer, que pode variar entre insetos, como baratas, situações, como assaltos, estupros, viagens de avião, altura. Ou tentar expor que não está em condições de entregar seu coração a alguém que o estraçalhará.
O medo de tantas coisas talvez não signifique falta de coragem. Creio que sou corajosa por muitos motivos e ficaria feliz se isso fosse devidamente reconhecido em minha personalidade. Mas doenças tem a ver com personalidade? Como uma pessoa transtornada por uma síndrome escrota poderia ser considerada corajosa?
Logo, me contento em parecer triste, indefesa, transtornada e medrosa. Contanto que nada me paralise, me contento. 
Mas por enquanto, não sei conversar sobre eles: os medos. Mas confesso que torço fielmente para que alguém me questione sobre um medinho que seja. Guardar também faz mal. Não encarar também faz mal. Mas ninguém questiona.
Eu prometo conviver tranquilamente com meus pavores mais profundos e evitar ao máximo que eles tornem-se aparentes. Prometo mentir: pra ele, pra vocês. Seja dizendo que não tenho medo da morte. Seja dizendo que meu único medo é de entregar meu coração a alguém que o estraçalhe.




B.

2 comentários:

  1. Quem será 'ele'?
    Esses msiterios aparecem nos seus textos as vezes chamam mais atenção que o tema central.

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