A vida me deu um tapa na cara.
Avisou-me desde o início que eu pagaria por todos os crimes cometidos. Ela me deu uma carta branca pra fazer o que quiser, contanto que eu estivesse ciente. Eu estava, juro!
Resolvi brincar de abrir meus olhos, e eu até cantei, me diverti mesmo, as custas de quem não merecia. Mas pensei estar caminhando segura. Eu olhava para meus pés, firmes ao chão, sorria pra vida e ela pra mim.
"Brincadeiras tem limite", dizia ela, começando a me assustar. Mas me deu tanto poder que eu não tinha mais onde guardá-lo. Usei de tal forma desperdiçada, que derrepente, não havia mais aquele pó brilhante em minhas mãos.
Resolvi viajar, e a falta do pó brilhante (que não serve para cheirar, comer, ou fumar, apenas para "gozar") começou a me incomodar. Havia algo estranho, minhas mãos e a vida estavam... Vazias.
Foi aí que eu apanhei dela.
Marcas no meu rosto denunciam: A vida me deu um tapa na cara.
Eu fui avisada...
B.